segunda-feira, 4 de junho de 2012

Dr. Osvaldo Cruz foi um dos maiores nomes da Medicina no Brasil

O dr. Osvaldo Gonçalves Cruz, cujo nome foi dado ao distrito de Califórnia quando de sua emancipação como município, foi médico, cientista e sanitarista, destacando-se como bacteriologista e epidemiologista. Nasceu na cidade de São Luiz do Paraitinga, cidade localizada entre o Vale do Paraíba e Litoral Norte do Estado de São Paulo, em 05/08/1872, e morreu, aos 44 anos, em Petrópolis-RJ, em 11/02/1917. Filho de cariocas, retornou com a família de São Luiz para o Rio de Janeiro, aos 5 anos de idade. Formou-se médico, em 1892, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1896, estagiou no Instituto Pasteur, em Paris (França), sendo discípulo do dr. Émile Roux, que foi seu diretor. Retornou ao Brasil, em 1899, e organizou o combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos e outras cidades portuárias. Foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundou, em 1900, no Rio, o Instituto Soroterápico Nacional, hoje Fundação Instituto Osvaldo Cruz (Fiocruz), um dos mais conceituados do mundo. Através seus estudos, demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego de soro adequado. Como a importação era demorada, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricação do soro. Foi criado então o Instituto Soroterápico, dirigido por ele em 1901. O dr. Osvaldo Cruz foi diretor geral da Saúde Pública, equivalente a ministro da Saúde na época, nomeado pelo presidente Rodrigues Alves. Na função, coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro. Organizou os batalhões de “Mata-Mosquitos”, encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores. Como diretor da Saúde, convenceu o presidente Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou, em 1904, a rebelião de populares e da Escola Militar, contra o que consideravam uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada. Esta rebelião ficou conhecida como “Revolta da Vacina”. A cidade do Rio de Janeiro era uma das mais sujas do mundo nos primeiros anos do século XX, segundo índices da Saúde Pública, que, sob coordenação de Osvaldo Cruz, detectou milhares de focos de doença em praticamente metade das moradias (14.772 prédios) e por toda a cidade. Houve um momento em que o médico foi apontado como “inimigo do povo” nos jornais, nos discursos da Câmara e do Senado, nas caricaturas e até em marchinhas de Carnaval. Uma revolta, tristemente célebre como “Revolta do Quebra-Lampeão”, em que todas aquelas antigas luminárias foram quebradas pela fúria popular, incitada criminosamente, durante meses, pela demagogia de fanáticos e ignorantes. Todas essas reações contrárias foram superadas e, diante dos resultados altamente revolucionários, Osvaldo Cruz teve reconhecimento internacional, sendo, entre outras condecorações, premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia. Osvaldo Cruz deixou a diretoria da Saúde Pública em 1909. Em 1916, fundou a Academia Brasileira de Ciências. Ocupou cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras. Também em 1916 assumiu a Prefeitura de Petrópolis, mas, doente, morreu no ano seguinte sem concluir o mandato. Além da cidade de Osvaldo Cruz e do Instituto que fundou, o médico é homenageado com nome de ruas, praças, escolas e hospitais em centenas de municípios, é nome da rodovia que liga Taubaté à Ubatuba e passa por sua cidade natal, uma praça no Paraíso, em São Paulo, um bairro no Rio de Janeiro, onde também tem um monumento e foi homenageado pelo dr. Carlos Chagas, médico que descobriu a Doença de Chagas, que recebeu o nome científico de “Trypanosoma Cruzi”. A casa onde nasceu, em São Luiz do Paraitinga, é conhecida como “Casa de Osvaldo Cruz” e foi transformada em museu com fotos, documentos, móveis originais e outros registros do médico. Texto: Moacyr Custódio Fonte: Livro “Sonhos Tropicais”, de Moacyr Scliar