Campanha eleitoral na Capital está sendo feita no corpo-a-corpo

Faltando pouco mais de dois meses para as eleições municipais, que serão realizadas no dia 7 de outubro, a campanha política na Capital está muito diferente do que vinha ocorrendo nas últimas eleições. Com uma série de restrições impostas pela lei eleitoral e pela lei Cidade Limpa da Prefeitura, a campanha ainda não chegou às ruas. Em outros tempos, por esta época, já se via em toda a cidade outdoor, plaquetas e bandeirolas nos postes, muros e paredes pintados com nomes e símbolos e cartazes colocados em todos os cantos. Tudo isso está proibido. A distribuição de santinhos e os carros de som, na forma que a lei permite, ainda não começaram, já que mesmo isso tem restrições e procedimentos diferentes de eleições passadas. Assim, os candidatos estão em campanha no chamado corpo-a-corpo. Estão visitando os bairros, fazendo caminhadas pelas ruas, reunindo-se com lideranças comunitárias e dando entrevistas para rádios e televisões, aproveitando o período que isso é permitido, com as emissoras fazendo um esforço de reportagem para colocar no ar todos os candidatos com o mesmo tempo. Esta é a fase jornalística da campanha, já que, com o início do horário político gratuito, no dia 21 de agosto, essas entrevistas também estão proibidas nos estúdios, apenas nas ruas durante a campanha e com a citação de todos os candidatos. É uma imposição ditatorial, censura disfarçada, aos meios de comunicação. A Capital tem 12 candidatos a prefeito que, ao contrário do que a Legislação Eleitoral impõem aos meios de comunicação, terão tempos diferentes na propaganda gratuita: maiores partidos com muito tempo, outros com pouco e a maioria com quase nada. O primeiro debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo está marcado para o dia 2 de agosto, na TV Bandeirantes-São Paulo. OS CANDIDATOS Os 12 candidatos a prefeito da Capital são: Anaí Caproni Pinto (PCO), 45 anos, funcionária dos Correios, casada com o presidente do partido Rui da Costa Pimenta, foi candidata ao Governo do Estado em 2010. Ana Luíza Figueiredo (PSTU), 53 anos, fundadora e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal do Estado. Foi candidata ao Senado em 2010 e obteve 110 mil votos. Gabriel Chalita (PMDB), deputado federal, 43 anos, escritor e doutor em Direito. Foi vereador em Cachoeira Paulista, município do Vale do Paraíba, vereador em São Paulo e secretário estadual da Juventude, Esporte e Lazer. José Maria Eymael (PSDC), deputado federal, 72 anos, graduado em Filosofia e Direito. Candidato a prefeito de São Paulo pela terceira vez. Foi também candidato à Presidência da República por três vezes. Carlos Giannazi (Psol), deputado estadual, 49 anos, doutor em História Econômica e diretor de escola pública. Vereador na Capital por dois mandatos. Fernando Haddad (PT), 49 anos, professor universitário, formado em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo na gestão de Marta Suplicy e ministro da Educação nos governos Lula e Dilma. José Serra (PSDB), 70 anos, economista. Deputado federal constituinte (1986/90), foi secretário do Planejamento do Estado, senador, ministro do Planejamento, ministro da Saúde, governador do Estado, duas vezes candidato à Presidência (2002 e 2010). Levy Fidelix (PRTB), 60 anos, professor, sem formação universitária, foi apresentador e colunista. Foi candidato a Presidência, governador, prefeito. Disputa sua 12ª. eleição. Nunca foi eleito. Paulinho da Força (Paulo Pereira da Silva), deputado federal, 56 anos. Sindicalista. Disputou a eleição para prefeito em 2004 e ficou em 5º. lugar. Celso Russomanno (PRB), 55 anos, jornalista e advogado. Está no quarto mandato como deputado federal. Foi candidato ao Governo do Estado em 2010 pelo PP. Soninha Francine (PPS), 44 anos, jornalista, vereadora em São Paulo (2005-2008), foi subprefeita do bairro da Lapa. Foi candidata à prefeita em 2008. Segundo informações dos partidos ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), os candidatos estimam gasto na campanha de R$ 326,4 milhões. Os valores maiores são de José Serra (98 milhões), Fernando Haddad (90 milhões) e Chalita (70 milhões). A Capital tem 8,6 milhões de eleitores e o salário atual do prefeito é de R$ 24.117,02. MOACYR CUSTÓDIO