quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Gestão de Odílio Rodrigues e Luiz Cláudio de Aquino no Santos Futebol Clube é caso de Polícia
O Santos F.C. passa pela pior crise financeira de sua história de 102 anos. As dívidas fiscais e trabalhistas sempre existiram, como existem na maioria dos clubes de futebol do Brasil. Mas o problema atual do clube são as dívidas de gestão, manutenção e com o elenco. Salários de jogadores e funcionários não foram pagos nos três últimos meses da gestão do presidente Odílio Rodrigues, assim como contas de água, luz, telefones celulares, TV a cabo, plano de saúde, recolhimentos de FGTS e INSS e até despesa com restaurantes, quitandas e floricultura.
Odílio Rodrigues assumiu a presidência do Santos em agosto de 2013, substituindo Luiz Álvaro de Oliveira Ribeiro, que se licenciou da presidência por problemas de saúde. Posteriormente, assumiu a presidência em definitivo.
Nos últimos 10 anos, o Santos revelou e vendeu grandes jogadores, sendo um dos clubes brasileiros que mais vendeu atletas, sempre por altos valores.
Uma lista resumida de bons negócios conta com Léo, Michel, Alex, André Luiz, Preto Casagrande, Paulo Almeida, Diego, Elano, Robert, Robinho, William, Renato, Deivid, Felipe Anderson, Rafael (goleiro), Paulo Henrique Ganso, Neymar.....sem contar o negócio do Neymar, em que o clube foi notoriamente ludibriado pelo pai do atleta, pelo Barcelona e sabe-se lá mais por quem, esses negócios renderam ao clube cerca de 500 milhões de reais.
Esses negócios foram feitos nos últimos 10 anos. Mesmo descontando as dívidas fiscais, e as despesas com altos salários de atletas e jogadores, empréstimo de ex-presidente e manutenção do time profissional e as categorias de base que são mantidas com grande sucesso com atletas desde o infantil até os juniores, o Santos F.C. tinha uma boa saúde financeira quando Luiz Álvaro de Oliveira Ribeiro assumiu a presidência em dezembro de 2009, substituindo Marcelo Teixeira que estava na presidência havia 10 anos.
Luiz Álvaro e Marcelo Teixeira, que são reconhecidamente grandes santistas e que são muito bem sucedidos na vida pessoal, certamente não precisam de dinheiro do clube. Pelo contrário, ambos colocaram, em momentos pontuais, dinheiro do próprio bolso para saldar compromissos do alvinegro praiano.
Após a saída de Laor, assumiu Odílio Rodrigues que, com o cargo de vice-presidente vago, nomeou Luiz Cláudio de Aquino, que era membro do Comitê de Gestão, como vice-presidente.
Por esta época, o clube estava estabilizado financeiramente. Tudo funcionava bem. Os salários estavam em dia, cogitava-se até em construir um novo estádio, um novo CT e arrendar o Pacaembu. Em campo, o time foi campeão paulista em 2011, 2012 e 2013, campeão da Copa do Brasil em 2011, campeão da Copa São Paulo em 2013 e bi em 2014 e disputou a Libertadores de 2012, sendo eliminado nas semifinais. No Campeonato Brasileiro de 2013 foi o melhor entre os paulistas.
2014 foi ano de Copa do Mundo. O time foi muito bem no Campeonato Paulista, sendo vice-campeão. Até aí, vivia seu dia a dia de grande time, graças ao
trabalho da gestão passada. Depois a coisa foi “destrambelhando”, como diz o outro.
Odílio Rodrigues foi enganado (ou participou da roubalheira?) no caso Neymar. O jogador, uma das maiores revelações do futebol brasileiro dos últimos tempos, foi negociado por algo em torno de R$ 350 milhões. O Santos F.C., que desde os 10 anos de idade de Neymar, pagou casa, comida e roupa lavada para o jogador e sua família, ficou com minguados R$ 37 milhões.
O que aconteceu? Quem roubou quem? Quem ficou com o dinheiro? Quem enganou quem?...essas perguntas ainda permanecem e ainda não foram devidamente respondidas pelo Neymar filho, pelo Neymar pai, pelos empresários, pelo Barcelona e tampouco pelo presidente Odílio Rodrigues, seu vice Luiz Cláudio de Aquino e o mais que suspeito Comitê de Gestão. Resultado concreto dessa história é que, no Barcelona, o presidente teve que cair fora por causa deste negócio, indício de que do ponto de vista do clube espanhol houve irregularidades na transação. Transação que, guardadas as proporções, tem semelhança com os negócios feitos pelos diretores da Petrobras...
Outros atletas foram embora a partir de 2013: o goleiro Rafael, titular da Seleção, foi vendido por R$ 25 milhões; Felipe Anderson, uma das grandes revelações do clube, também saiu por R$ 23 milhões.
Em 2014, o Comitê de Gestão fez uma parceria com uma empresa suspeitíssima de ser desonesta e levou Leandro Damião para a Vila Belmiro por R$ 42 milhões. Foi a maior transação do futebol brasileiro e também o pior negócio do Santos F.C. em toda a sua história. Jogador machucado, varzeano, sem nenhuma qualidade técnica para vestir a camisa do clube, passou a ganhar R$ 650 mil por mês. Nunca jogou nada, mas o ótimo treinador Oswaldo de Oliveira era obrigado a escalar. O time correu o risco de cair para a Série B e só escapou quando o atual técnico, Enderson Moreira, teve coragem para montar o seu time. Outra contratação desastrosa foi a de Thiago Ribeiro, que custou caro, ganha muito, mas que não joga nada.
Pois bem! Jogador ruim todos os times têm, dirigentes incompetentes também. Mas a pergunta que se faz é que, além de incompetentes, a diretoria do presidente Odílio Rodrigues e do vice
Luiz Cláudio de Aquino e o seu famigerado Comitê de Gestão não roubaram o clube?. Há fortes suspeitas de que isso ocorreu. Havia muito dinheiro no clube na gestão deles e o atual presidente Modesto Roma Júnior encontrou o Santos à beira da falência devendo 2 mil reais para uma floricultura.
Modesto Roma, que tem DNA Santista, pois é filho de um homem que foi um dos melhores presidentes do Santos, está tentando acertar as coisas. Teve que contornar processos trabalhistas dos jogadores Arouca, Aranha, Mena e até do Leandro Damião, maior desperdício do clube. Está acertando os salários, contratando alguns bons jogadores, contando com a permanência de atletas que realmente gostam do clube. 2015 talvez não seja um ano de títulos. Mas certamente será o ano da recuperação do clube que é um dos maiores do mundo.
Mas, o Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal, torcedores, Polícia Civil, Polícia Federal e Ministério Público precisam investigar. Como foi que, em menos de dois anos, Odílio Rodrigues levou o Santos Futebol Clube a uma pré-falência?. E, se
comprovado o desvio de dinheiro que parece notório, colocar na cadeia e recuperar o que foi roubado.
MOACYR CUSTÓDIO
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