sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pioneiros enfrentaram desafios e fundaram Rinópolis há 84 anos

Em certo dia do mês de setembro de 1927 surgiu um anúncio em jornal que circulava pelo Interior: a firma Lélio Piza & Irmãos oferece terreno à venda na Fazenda Guataporanga, localizada na margem esquerda do Rio Feio. A firma possuía área de 126.000 alqueires. A região Oeste do Estado era pouco desbravada, a partir de Bauru, e se apresentava como desafio para os desbravadores.

A notícia chegou ao conhecimento do coronel Eugênio Rino, fazendeiro da região de Pirajuí, que, como gostava de desafios, tratou logo de ver do que se tratava. Mandou então seus filhos Domingos Rino e Eugênio Rino Filho e o genro Francisco Nascimento Silva, juntamente com Orozinho Durval, representante da firma vendedora, para examinarem as terras e conhecerem suas condições de fertilidade.

A comitiva veio de carro de Pirajuí até Juliápolis (hoje Juliana), seguindo depois à cavalo por uma “picada” (caminho rústico) aberta na mata virgem. A viagem durou aproximadamente dez dias. Ao retornarem, comunicaram à Eugênio Rino que as terras eram boas. O coronel adquiriu então 2.745 alqueires e contratou o engenheiro civil Dr. Marcondes Filho para fazer o loteamento.

Essas iniciativas, tomadas naqueles dias do distante ano de 1927, foi o embrião para o surgimento da cidade de Rinópolis, que em tradução livre do grego com o português, significa “Cidade dos Rinos”, em homenagem ao coronel que nasceu na Itália e constituiu família no Brasil, com 11 filhos.

Perdido na mata

A missão dos pioneiros não foi fácil. O engenheiro Marcondes veio para a região e entrou, então, por uma gleba do Rio Feio, além da propriedade da firma Brasil Plantate, mas ficou doente e foi mandado então outro engenheiro para fazer o serviço, cujo nome não há registros.

Nas margens do Ribeirão Itaúna, este engenheiro perdeu o rumo, perdendo-se na mata. Eugênio Rino mandou então Francisco Nascimento Silva, Vicente Rino e Eugênio Rino Filho a procura do homem perdido. Eles subiram o ribeirão, atravessaram o Rio Feio a nado, e encontraram o profissional, demorando quatro dias até chegarem ao começo do córrego Bri, onde plantaram o marco inicial do novo povoamento.

A fertilidade das terras atraiu novos compradores, como Luiz Wolff, Antonio Rodrigues da Cunha, Benedito Borges e outros pioneiros.

Primeira estrada

Para contornar os inúmeros inconvenientes da entrada por Juliápolis (picadão em meio a floresta), Eugênio Rino, Luiz Wolff e Antonio Rodrigues da Cunha, com suas turmas de trabalhadores, abriram uma estrada, prolongamento da então estrada Birigui-Bela Vista (hoje Piacatu), por onde passaram as primeiras famílias, aproximadamente duas mil pessoas, que vieram habitar o lugar, aquela altura considerado como uma terra promissora. Esses novos proprietários fazem então as primeiras derrubadas, formando as primeiras lavouras de café e cereais.

Em 1930, a nova Comunidade, concentrada no lugar chamado Bri por causa do córrego, recebe a visita do bispo de Botucatu, Don Atilo Euzébio da Rocha, que celebra a primeira missa.

Por volta de 1932, o coronel Eugênio Rino loteia a chapada chamada de Andorinha, onde começam a surgirem as primeiras construções. Domingos Rino abre ali o primeiro estabelecimento comercial, surgindo assim o que hoje é o centro de Rinópolis.

Emancipação

Pertencendo ao município de Tupã, cuja distante sede gerava muitas dificuldades, os moradores passam a lutar pela emancipação político-administrativa e, em 30/11/1944, Rinópolis vira município através o Decreto-Lei 14.334, coroando a luta de Eugênio Rino, Eugênio Rino Filho, Orestes Pagliusi, José Tavares de Melo, Vicente Rino, Domingos Rino, Francisco Stramandinolli e outros.

O professor Sud Menucci, que também era jornalista e escritor e integrava a Comissão de Estudo de Redivisão Municipal, foi importante orientador dos cidadãos rinopolenses pela emancipação. No período de 04/08/37 a 30/11/38, Rinópolis pertenceu ao município de Araçatuba, sendo transferido depois para Tupã, atual sede da Comarca. O município foi instalado em 1945, constituído de um único distrito, que é sua sede.

Banhado pelo rio Aguapei (Feio), o município de Rinópolis tem área de 358,5 km2 e faz divisa com Parapuã, Iacri, Piacatu e Osvaldo Cruz. A população atual é de 9.935 habitantes, segundo o recenseamento feito pelo IBGE em 2010.
Prefeitos

No período pós-emancipação (1945/47), Rinópolis teve como prefeito Eugênio Rino Filho e por pequenos períodos Gilberto de Almeida Castilho (34 dias) e Nelson Rino (sete meses).

A partir daí os prefeitos foram: 1º. – Eugênio Rino Filho; 2º.-Joaquim Olea; 3º.-Dr.Ginez Carmona Martinez; 4º.-Joaquim Oléa; 5º.-José Tavares de Melo; 6º.-Milton Giacomini Pagliusi; 7º.-José Olea; 8º.-Milton Giacomini Pagliusi; 9º.-Manoel Rodrigues; 10º.-Antonio Pinheiro Neto; 11º.-Olider Micali; 12º.-Antonio Pinheiro Neto; 13º.-Antonio Paulo dos Reis; 14º.-Antonio Paulo dos Reis (reeleito); 15º.-Valentim Trevisan (2009/2012). O atual vice-prefeito é José Ferreira de Oliveira Neto.

Vereadores

A atual bancada de vereadores, eleita em outubro de 2008, é formada por Luiz Eduardo Fortunato (presidente da Câmara) Airton Picolo (1º. secretário); Antonio Pinheiro Neto (2º. secretário); Valdevino de Camargo (vice-presidente); Edmilson Wolff Conti; Graziela de Lima Tomé Trevisan; Cláudio Oliveira; Daniel Ferreira da Costa; e Donizete Ananias da Silva.

Diretorias

A Prefeitura tem três Diretorias Executivas em nível de secretarias: Saúde (diretora Fabiana Rosa de França), Educação, Cultura e Esportes (Sílvio Ronaldo Morcelli) e Serviços e Obras (Antonio Paulo dos Reis).

As coordenadorias de Esportes (dirigida por Plínio Telline) e Meio Ambiente (Natália Cedran Bergamini), são vinculadas ao Departamento de Educação, Cultura e Esportes, que tem também Murilo Souza e Laerte Sprocati como colaboradores.

A estrutura da Prefeitura se completa com os departamentos internos: Administrativo (Edílson Sidnei Pavanelli), Finanças (Antonio Wilson Braquini), Compras (João Aparecido Nunes), Saneamento (Kang Barake), Tributação (Ariel Camargo), Tesouraria (Edercléia Garruti Rubio) e Pessoal (Sônia Taniguti).

A primeira dama Sílvia Trevisan coordena a Promoção Social, que tem projetos sociais como o De Bem Com a Vida (Idosos) e Espaço Amigo (crianças e jovens).

Moacyr Custódio

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