sexta-feira, 13 de abril de 2012

A brilhante trajetória do Azulão na Primeira Divisão do Futebol Paulista

Rebaixamento para a Segunda Divisão em 2012 não apaga as campanhas vitoriosas realizadas nesses oito anos que marcaram a volta da cidade de Osvaldo Cruz ao futebol profissional do Estado.

Uma vitória a mais que o Taboão da Serra livrou o Osvaldo Cruz F.C. da lanterna do Campeonato Paulista da Série-A-3. Este foi o consolo da torcida osvaldocruzense após a última rodada da competição, realizada no domingo (8), quando o Azulão se despediu da A-3 perdendo para o São Bento, em Sorocaba, por 2 a 0. Outro consolo: com a derrota por “apenas” 2 a 0, o time acabou atrapalhando a vida o time de Sorocaba, que precisava golear para chegar a segunda fase.
Foi assim, de forma melancólica, jogando de camisas verdes e em clima de incerteza quanto ao futuro, que o Azulão se despediu da Primeira Divisão do Futebol Paulista (A-3), rebaixado para a Segunda Divisão, que corresponde à quarta divisão.
O Azulão terminou o campeonato na penúltima colocação, com 14 pontos em 19 jogos (quatro vitórias, dois empates, 13 derrotas, 16 gols marcados contra 41 sofridos, saldo negativo de 25). Os principais artilheiros foram Anderson, com seis gols, e Bruno Andrade, com quatro.
Disputando uma competição que contou com participação de vários clubes com história na divisão principal do futebol paulista, como São Bento de Sorocaba, XV de Jaú, Rio Branco, Francana, Marília, Capivariano, Taubaté, Juventus, Independente e Internacional de Limeira, campeão paulista de 1986, o time de Osvaldo Cruz foi também representante da menor cidade entre todas envolvidas na A-3 2012. Com 31 mil habitantes, o Osvaldo Cruz enfrentou (e venceu), por exemplo, o Flamengo de Guarulhos, cidade que tem 1,2 milhão de moradores.
O time estreou contra a Inter de Limeira, em Osvaldo Cruz, no dia 29/01, com derrota por 3 a 0; em seguida perdeu para o Sertãozinho (2 a 0), Batatais (1 a 0), Capivariano (4 a 2) e Juventus (5 a 0). Após esta derrota caiu o técnico Play Freitas e foi embora a parceria com a R+Comunicação.
Foi contratado o técnico Ney Silva, e o time reagiu: venceu a Itapirense por 4 a 2, fora de casa, mas não manteve a reação: conseguiu apenas um empate com o lanterna Taboão da Serra (2 a 2), no Breno Ribeiro do Val, perdeu para o Osasco (2 a 0), para a Inter de Bebedouro (1 a 0) e para o Marília (3 a 2), quando caiu o segundo técnico.
Foi contratado Antonio Lucas e o Azulão viveu a sua melhor fase: empatou fora de casa com a Francana (2 a 2), venceu a primeira em casa: 1 a 0 no Independente, e venceu o Flamengo, em Guarulhos, por 2 a 0. Perdeu para 0 XV de Jaú, em casa, por 3 a 0, mas se recuperou vencendo o Guaçuano, fora, por 1 a 0, mas em seguida foi goleado pelo Rio Branco (5 a 0), em Americana. Saiu Antonio Lucas.
O auxiliar técnico de Lucas, Nem, foi promovido a técnico, mas nada pôde fazer: perdeu duas partidas em casa: Barretos (1 a 0) e Taubaté (3 a 0) e, já rebaixado, perdeu em Sorocaba para o São Bento (2 a 0).
O retorno
Fundado em 17 de fevereiro de 2004, o Osvaldo Cruz F.C. promoveu a volta do futebol profissional na cidade, sucedendo a Associação e a Esportiva, equipes que marcaram boa presença nas décadas dos anos 60, 70 e 80, tendo chegado à Divisão Intermediária da FPF, apenas um degrau atrás da então Divisão Especial, hoje A-1.
Com o trabalho abnegado e competente do presidente Luizinho Gumiero e sua equipe voluntariosa e dedicada e o apoio de empresas da cidade, o time elevou Osvaldo Cruz ao topo do futebol paulista nos últimos oito anos.
O novo Azulão estreou no dia 18/04/2004, contra o Prudentino, em Prudente, com vitória por 2 a 1, na então Série B1-B (5ª. divisão). Não conseguiu subir, mas uma mudança feita pela Federação Paulista de Futebol (FPF), unificando as séries B1-B e B1-A colocou o time na 4ª. divisão, em 2005, quando o fez ótima campanha e terminou como vice-campeão, atrás apenas do São Carlos, conseguindo o acesso para a A-3.
Dois acessos para a A-2
Na A-3, em 2006, com status de Primeira Divisão, o Azulão deu mais um salto: subiu para a A-2 ao lado de XV de Jaú, São José e Botafogo, causando surpresa no futebol paulista: um desconhecido entre os grandes colocava a cidade de Osvaldo Cruz no mapa do futebol.
Na A-2 de 2007, o time não foi bem: ficou em 19º. lugar, com quatro vitórias, cinco empates e dez derrotas, 20 gols marcados, contra 33 sofridos, retornando a A-3.
Em 2008, o Azulão fez excelente campanha e por pouco não subiu novamente: ficou em 12º. lugar, com 25 pontos, dois a menos que o 8º. colocado, destacando-se neste ano duas espetaculares vitórias fora de casa: 3 a 2 no Linense e 4 a 0 no Taubaté.
Em 2009, o time subiu novamente para a Série A-2. Depois de ficar em 8º. lugar na primeira fase, foi para a 2ª. fase, e obteve boas vitórias em seu grupo contra Francana (2 a 0 e 1 a 0), Itapiresne (3 a 1) e o Votoraty (1 a 0). Ficou em 2º. lugar em seu grupo, com 10 pontos, e só não decidiu o título pelo critério de saldo de gols. Subiu junto com Votoraty, Grêmio Osasco e Pão de Açúcar (hoje Audax).
Em 2010, pela segunda vez na Série A-2, ao lado de clubes oriundos da divisão de elite, como União São João, Guarani de Campinas, União Barbarense e Atlético Sorocaba, o Azulão fez boa campanha, mas não conseguiu se manter: em 17º. lugar com 17 pontos (5 vitórias, 2 empates, 12 derrotas), ficou a quatro pontos do Rio Preto, o último fora da zona do rebaixamento.
Novamente na A-3 em 2011, que foi disputada em dois grupos regionalizados, o Azulão ficou em 6º. lugar no grupo 1 (classificaram os quatro primeiros de cada grupo). Duas derrotas foram fundamentais para a desclassificação do time, que fez campanha razoável: 1 a 0 para o Lemense, lanterna durante todo o campeonato, e 1 a 0 para a Inter de Bebedouro, em casa). Houve também um empate, em casa, contra a Francana, depois de estar vencendo por 2 a 0. Mas foi garantida a permanência na A-3, da qual o time se despede agora.
Futuro
Em entrevista ao JOC, na manhã de quarta-feira (11), o presidente Luizinho Gumiero disse que o rebaixamento do time “foi normal, por se tratar de um campeonato difícil”. Segundo ele, “a falta de planejamento da R+Comunicação, parceira inicial do clube, pesou muito também”. Sobre a saída do técnico Antonio Lucas em momento decisivo da competição, revelou que Lucas não foi demitido, mas “pediu para ir embora”.
Gumiero disse que, no momento, está cuidando dos acertos com os atletas quanto aos desligamentos do clube. Segundo ele, a diretoria vai se reunir para decidir sobre o futuro do time. “O campeonato mal acabou. Ainda é cedo para dizer o quer vai acontecer, o que vamos fazer no segundo semestre deste ano e em 2013. Estamos nos reunindo para decidir”, disse Luizinho Gumiero.
Moacyr Custódio

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